Com vídeos no TikTok a venderem a ilusão da compra de produtos de marcas de luxo a um (muito) baixo custo, numa altura em que os norte-americanos receiam uma subida de preços devido às tarifas impostas por Donald Trump, a plataforma chinesa de comércio online DHgate cresceu exponencialmente nos Estados Unidos. Na App Store chegou a ocupar o segundo lugar das aplicações com mais downloads, apenas atrás do ChatGPT.
Sob o lema “China ‘Exposes’ Luxury Brands” (“A China ‘expõe’ marcas de luxo”, em português), em vídeos que ficaram virais no TikTok, influenciadores e autoproclamados representantes de fábricas chinesas alegam descodificar a forma como o mercado mundial, especialmente a indústria da moda de luxo, realmente funciona. Dizem que artigos de empresas ocidentais, desde malas Hermès a leggings Lululemon, são produzidos na China e proclamam que os consumidores podem comprar versões autênticas desses produtos — ainda que sem etiqueta — diretamente ao fabricante a um preço mais baixo.
Num dos vídeos, que entretanto já não está disponível, segundo o Tech Crunch, um fabricante chinês afirmava que a maioria das malas vendidas por marcas de luxo era produzida na China e depois enviada para fábricas na Europa, onde a etiqueta (com inscrições como “made in Italy” ou “made in France“) seria adicionada. Os produtos seriam, depois, reembalados já em território europeu.
Além disso, os utilizadores do TikTok, alguns norte-americanos, alegam que comprar diretamente às fábricas chinesas, incluindo através da DHgate, é uma forma de contornar as tarifas e contrariar o aumento dos preços que pode advir dessa medida.